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Economia brasileira cresce 0,1% no 3º trimestre e atinge maior nível da série histórica

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    Dot Comunicação
  • 4 de dez.
  • 3 min de leitura
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em relação aos três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora tecnicamente positivo, o avanço é considerado como estabilidade pelo instituto — mas suficiente para levar o PIB ao maior patamar já registrado.


Na comparação com o mesmo período de 2024, a economia avançou 1,8%, enquanto o acumulado dos últimos quatro trimestres aponta alta de 2,7%.


O PIB brasileiro soma R$ 3,2 trilhões.


Indústria lidera crescimento; serviços ficam estáveis

Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, os setores tiveram o seguinte desempenho:

  • Indústria: +0,8%

  • Agropecuária: +0,4%

  • Serviços: +0,1% (estabilidade)

  • Entre as atividades de serviços, destaque para:

  • Transporte, armazenagem e correio: +2,7%

  • Informação e comunicação: +1,5%

  • Atividades imobiliárias: +0,8%


A analista do IBGE, Claudia Dionísio, explica que o bom desempenho dos transportes está ligado ao escoamento da produção extrativa e agropecuária.


O comércio, também dentro de serviços, avançou 0,4%.

Na indústria, cresceram:

  • Indústrias extrativas: +1,7%

  • Construção: +1,3%

  • Transformação: +0,3%


Já eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos tiveram queda de –1,0%.


Despesas: consumo das famílias estável e investimento em alta

Pelo lado da demanda:

  • Consumo das famílias: +0,1% (estabilidade)

  • Consumo do governo: +1,3%

  • Investimentos (FBCF): +0,9%

  • Exportações: +3,3%

  • Importações: –0,3%


O IBGE destaca que agropecuária, serviços e consumo das famílias também atingiram níveis recordes. A indústria, porém, ainda segue 3,4% abaixo do seu melhor momento histórico, registrado em 2013.


Desaceleração da economia em 2025

Os resultados confirmam um ritmo menor de expansão ao longo do ano:

  • 1º trimestre: +1,5%

  • 2º trimestre: +0,3%

  • 3º trimestre: +0,1%

O acumulado em 12 meses também mostra perda de tração:

  • Março: +3,6%

  • Junho: +3,3%

  • Setembro: +2,7%


Segundo Claudia Dionísio, o principal motivo é a política monetária restritiva, com juros altos travando consumo, crédito e investimentos.


Por outro lado, fatores como mercado de trabalho aquecido, aumento da renda, massa salarial maior e programas de transferência de renda ajudam a amortecer o impacto negativo.


O Brasil registra nos últimos trimestres os menores índices de desemprego da série histórica.


Juros altos: por quê?

A taxa Selic está em 15% ao ano, maior nível desde 2006. O Copom mantém o patamar elevado para controlar a inflação, que está em 4,68% em 12 meses, acima do teto da meta (4,5%).


Juros elevados reduzem o consumo e esfriam a economia, o que combate a alta de preços — mas também dificulta a geração de emprego e o crescimento.


Tarifaço americano e impacto nas exportações

Mesmo com o “tarifaço” aplicado pelos Estados Unidos a partir de agosto — com sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros — as exportações cresceram 3,3%.


Segundo a pesquisadora Rebeca Palis, o impacto foi “localizado”, já que exportadores conseguiram redirecionar vendas, especialmente de soja para a China.


O tarifaço foi anunciado pelo presidente Donald Trump, com justificativas econômicas e, segundo ele, retaliações ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.


No dia 20 de novembro, Trump retirou uma sobretaxa adicional de 40% para produtos como carnes e café, mas 22% das exportações brasileiras ao mercado americano seguem taxadas, segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin.


O que é o PIB e por que importa

O PIB é o valor total de bens e serviços produzidos no país em determinado período. Ele permite analisar:

  • o ritmo da economia

  • o comportamento dos setores produtivos

  • comparações internacionais


O indicador considera apenas bens e serviços finais, evitando dupla contagem. Um país pode ter PIB alto e má distribuição de renda — por isso, o dado não mede qualidade de vida.


O IBGE também revisa regularmente os resultados. A análise atual confirmou crescimento de 3,4% em 2024, apesar de ajustes internos nos componentes.

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