MP denúncia homem por manter companheira em cárcere privado e torturá-la em Rio Preto

O promotor de Justiça João Santa Terra Júnior, da Promotoria de Violência Doméstica de Rio Preto, apresentou a denúncia contra o agressor.

Promotoria denuncia homem por crimes hediondos cometidos contra a namorada; vítima foi mantida em cárcere e sofreu tortura física e psicológica

O Ministério Público de São José do Rio Preto denunciou um homem de 40 anos por manter a namorada, de 29, em cárcere privado e submetê-la a tortura física e psicológica. Os crimes teriam ocorrido entre os dias 14 e 20 de agosto, em uma casa no Parque Residencial Lealdade e Amizade.

A denúncia foi apresentada pelo promotor João Santa Terra Júnior, da Promotoria de Violência Doméstica, e aponta crimes considerados hediondos: sequestro, lesão corporal grave, tortura, tentativa de estupro e divulgação de conteúdo íntimo, todos agravados pela Lei Maria da Penha.

“Este caso hediondo atesta o tamanho da crueldade e da torpeza do nefasto homem que tem a mulher como seu objeto, equiparando-a a um animal com a manutenção em cárcere privado e com agressões múltiplas como maneira de aplicação de castigo por o ter contrariado, ou seja, a torturando. Que a firme atuação do Estado para o alcance da severa punição desse agressor sirva de exemplo às incontáveis vítimas que sofrem caladas no seio dos lares, as encorajando para o difícil primeiro passo em busca de auxílio, estando o Ministério Público sempre de portas abertas para escutar, acolher e proteger”, afirmou o promotor.

Segundo o inquérito da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), a vítima sofreu atos de extrema crueldade. O agressor teria cortado seu cabelo à força, riscado sua testa com uma faca — formando um “X” que chamou de “a marca da besta” — e pisado em seu rosto, em uma cena descrita na denúncia como humilhante.

Mesmo após o período de cárcere, os abusos continuaram. O homem também é acusado de enviar fotos íntimas da vítima para a mãe dela, em uma ação classificada pelo Ministério Público como “vingança e humilhação”.

O caso agora segue para apreciação da Justiça. Se a denúncia for aceita, o réu será formalmente processado.