Governo estima reduzir pela metade impacto do tarifaço dos EUA na economia brasileira
- Dot Comunicação
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As medidas adotadas pelo governo federal devem reduzir em 50% os efeitos do tarifaço aplicado pelos Estados Unidos à economia brasileira, segundo o boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira (11) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.
De acordo com as projeções, as tarifas adicionais impostas pelos EUA provocariam uma queda de 0,2 ponto percentual (p.p.) no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Com as ações do governo, o impacto cai para 0,1 p.p.
Emprego e inflação
Sem medidas de compensação, o efeito sobre o mercado de trabalho seria de 138 mil vagas a menos, distribuídas entre a indústria (71,5 mil), os serviços (51,8 mil) e a agropecuária (14,7 mil). Com as respostas do governo, a perda estimada cai para 65 mil empregos.
No caso da inflação, a previsão é de acréscimo de 0,1 p.p. ao IPCA de 2025. A SPE reduziu sua projeção de 4,9% para 4,8%.
Plano Brasil Soberano
O estudo destaca que o Plano Brasil Soberano, aliado ao diferimento de tributos, manutenção de empregos e estímulo às compras governamentais, ajuda a conter os impactos negativos. O programa inclui linhas de crédito com melhores condições para exportadores, micro, pequenas e médias empresas, além de incentivos para aquisição de bens de capital e investimentos produtivos.
“Embora as tarifas tenham impacto setorial relevante, impactam pouco no agregado da economia, e ainda menos quando consideradas as compensações com o Plano Brasil Soberano”, aponta o boletim.
O tarifaço
Em julho de 2025, os EUA elevaram para 40% as tarifas sobre determinados produtos brasileiros, que já haviam sofrido acréscimo de 10% em abril. O aumento atingiu principalmente setores como minerais não metálicos, metais, máquinas e equipamentos, eletrônicos, móveis e produtos agropecuários.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,3 bilhões aos Estados Unidos, cerca de 12% do total exportado. Deste montante, aproximadamente US$ 16,4 bilhões passaram a ser taxados com alíquota de 50%, impactando fortemente setores dependentes do mercado norte-americano.