Lula abre a Cúpula do Clima em Belém e cobra ações concretas na COP30
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, na manhã desta quinta-feira (6), em Belém, a Cúpula do Clima, que antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Diante de dezenas de chefes de Estado e representantes internacionais, Lula cobrou ações concretas para conter o aquecimento global e reafirmou o compromisso do Brasil com a meta de limitar o aumento da temperatura do planeta em até 1,5º Celsius, conforme estabelecido no Acordo de Paris, há dez anos.
Segundo o presidente, o planeta vive um momento decisivo. “O ano de 2024 foi o primeiro em que a temperatura média da Terra ultrapassou um grau e meio acima dos níveis pré-industriais. A ciência já indica que essa elevação vai se estender por algum tempo, mas não podemos abandonar o objetivo do Acordo de Paris”, afirmou.
Lula classificou a COP30 como “a COP da verdade”, ressaltando a necessidade de coragem política para transformar os alertas científicos em políticas públicas efetivas. “É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a determinação necessária para transformá-la”, disse, defendendo a aceleração da transição energética e a proteção da natureza como caminhos fundamentais para conter a crise climática.
O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estima que o planeta pode se tornar 2,5ºC mais quente até 2100, o que provocaria perdas humanas e econômicas drásticas, com 250 mil mortes por ano e redução de até 30% no PIB global.
Durante o discurso, Lula destacou a importância de alinhar as decisões diplomáticas às necessidades reais das populações. “As pessoas podem não entender o que são emissões ou toneladas de carbono, mas sentem a poluição. Podem não compreender o que são sumidouros de carbono, mas reconhecem o valor das florestas e dos oceanos”, afirmou.
O presidente também reforçou o conceito de justiça climática, relacionando-o ao combate à fome, à pobreza e às desigualdades. “Será impossível conter os desastres climáticos sem superar as desigualdades dentro das nações e entre elas”, declarou.
Lula citou ainda a sabedoria dos povos indígenas, lembrando a crença Yanomami de que cabe aos seres humanos “sustentar o céu para que ele não caia sobre a Terra”. A metáfora, segundo ele, simboliza a responsabilidade de proteger o planeta e as futuras gerações.
Após a abertura da plenária, Lula participa de um almoço com líderes internacionais para o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), voltado ao apoio de países que preservam grandes áreas verdes. A agenda segue com reuniões bilaterais e plenárias temáticas sobre clima, florestas e oceanos.
A COP30 acontece de 10 a 21 de novembro, em Belém, e reunirá centenas de delegações com o objetivo de rever compromissos climáticos globais e definir novas metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.














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