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Vacinação contra covid-19 em gestantes reduz risco de parto prematuro e morte fetal, aponta estudo

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    Dot Comunicação
  • 1 de out.
  • 2 min de leitura
Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil/Arquivo
Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil/Arquivo

Um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Americana de Pediatria revelou que a vacinação contra a covid-19 em gestantes não apenas protege contra a infecção, mas também reduz complicações graves durante a gravidez, como partos prematuros, morte fetal e anomalias congênitas.


Conduzida pela pesquisadora Nikan Zargarzadeh, da Universidade de Harvard e do Hospital Infantil de Boston, a pesquisa é do tipo “guarda-chuva” — considerada o mais alto nível de evidência científica — e analisou mais de 200 estudos realizados entre 2021 e 2023, com dados de cerca de 1,2 milhão de gestantes.


Segundo o levantamento, a vacina reduz em 58% o risco de infecção pela covid-19. Entre as mulheres vacinadas, também foi observada uma queda significativa em outras complicações:


  • 34% menos partos prematuros (antes das 28 semanas);


  • 25% menos casos de natimortos;


  • 17% menos anomalias congênitas;


  • 9% menos internações em UTIs neonatais.


A médica Susana Fialho, presidente da Comissão Nacional de Vacinas da Febrasgo, destaca que a proteção é essencial diante dos riscos que a covid-19 representa durante a gestação.


“A gestante tem alterações fisiológicas que aumentam a gravidade das infecções. Ela consome mais oxigênio, tem reserva respiratória menor e é naturalmente hipercoagulável. Por isso, é um grupo de risco e deve se vacinar”, explica.


Desde o início da pandemia, já se sabe que a infecção aumentou as taxas de partos prematuros e mortes maternas. Apesar da comprovação da eficácia e segurança, a cobertura vacinal segue baixa no Brasil.

De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 191 mil doses foram aplicadas em gestantes em 2025 — número inferior a 10% das 2,3 milhões de doses aplicadas no ano anterior. A pasta informou ainda que 20,1 milhões de vacinas foram distribuídas neste ano, mas apenas 6,8 milhões foram aplicadas até o momento.


O pediatra Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, reforça que a imunização das gestantes também protege os bebês recém-nascidos, que ainda não podem ser vacinados.


“Até 20 de setembro, o Brasil registrou 1.125 mortes por covid-19, sendo 39 em crianças menores de 2 anos. Como o bebê só pode ser vacinado após os 6 meses, a forma de protegê-lo é vacinar a mãe na gestação”, destaca.


Os especialistas reforçam o papel dos profissionais de saúde na adesão à vacinação. Segundo Cunha, 90% das gestantes se vacinam quando há recomendação médica direta. Já a hesitação vacinal, segundo Susana, ainda é motivada por informações falsas.


“Histórias antigas, como a de que vacinas causam autismo, já foram totalmente desmentidas. Nosso papel é garantir que as pacientes recebam informações confiáveis e se sintam seguras”, afirma a especialista da Febrasgo.

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